Day. Dayane. | | Posted On 10.22.2009 at 18:22


A liberdade é a grandeza de poder fazer escolhas. Mas, se essas escolhas não tivessem consequências, se nos permitíssemos revogar atravéz do passado, remediando, remetendo, a nossa liberdade ficaria esvaziada. E estaríamos a anular a nossa personalidade, porque nós somos aquilo que fazemos com as nossas escolhas, e não o remorso. É com elas que traçamos o nossos caminhos e nos definimos, não O destino.


Vivência limitada

Day. Dayane. | | Posted On 10.15.2009 at 13:42


A impossibilidade de participar de todas as combinações em desenvolvimento a qualquer instante numa grande cidade tem sido uma das dores de minha vida.
Sofro como se sentisse em mimuma capacidade desmesurada de agir.
Entretanto, na parte de ação que a vida me reserva, muitas vezes me abstenho e outras me confundo.
A ideia de que diariamente, a cada hora, a cada minuto e em cada lugar se realizam milhares de ações que me teriam profundamente interessado, de que eu certamente deveria tomar conhecimento e que entretanto jamais me serão comunicadas — basta para tirar o sabor a todas as perspectivas de ação que encontro à minha frente.

O pouco que eu pudesse obter não compensaria jamais esse infinito perdido.
Nem me consola o pensamento de que, entrando na confrontação simultânea de tantos acontecimentos, eu não pudesse sequer registrá-los, quanto mais dirigi-los à minha maneira ou mesmo tomar de cada um o aspecto singular, o tom e o desenho próprios, uma porção, mínima que fosse, de sua peculiar substância.

por Drummind

Sinto o medo de estar no lugar errado, na hora errada.
De perder coisas mais vantajosas e lindas, ainda que simples.
De se ocupar de mais com isto ou aquilo, sem perceber que existe um mundo inteiro de produções meritórias, nas quais não participei, por motivações muito complexas, a toa.


Day. Dayane. | | Posted On 10.10.2009 at 19:55



minha alma escorre como em um rio de palavras. sou uma metáfora que ressoa como um gemido de uma Fênix em pedaços. há uma chama que consome minha imagem, meu reflexo e meu aroma. estou perdida, sem memória possível, desaparecida e pulsando. não há mais sóis nem templos de ilusão. existo como um eu, que se reconstrói entre cacos e silêncio.

Meu ideal seria escrever...

Day. Dayane. | | Posted On 10.04.2009 at 18:48





Minha prefeição concebível seria escrever uma estória à engraçar aquela moça mórbida, lânguida, com debilitação voluptuosa, daquela cinzenta casinha, e que ao ler ela risse, risse a ponto de chorar... e dissesse toda serena - " Oh céus, que história mais engraçada!" - . E então, que ela a contasse a cozinheira e que telefonasse a duas ou três amigas para contar-lhes a bendita história; E que todos que a ouvissem, rissem muito e estátuasem-se na alegria espantosa de ve-la tão feliz. Ah, que minhas palavras fossem como raios de sol ao entardecer, irresistivelmente louros, quentes, vivos, novatos na vida da moça reclusa, enlutada, embolorada, doente da alma. Que está sofresse o magnifico impacto de ouvir o próprio riso depois de longos tempos imersa.

Que um casal descontente, o rapaz bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, um sentimento amargo mutuo, que este casal também fosse atingido pela mágia da minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar da má vontade, tomasse conhecimento de minhas palavras também risse, e que ficasse os dois rindo sem poder olhar na cara do outro sem rir mais; E que um, ouvindo aquele riso alheio se lembrasse da simplicidade dos tempos de namoro e reencontrassem ambos, a alegria adormecida de estarem juntos, com um.

E que quando me perguntassem - "Mas de onde é que você tirou essa estória?" - Eu responderia que ela não é minha, que a ouvi por ai, na rua, bisbilhotando conversas alheias. Esconderia então, a completamente humilde verdade - que eu a inventei em um só segundo, quando pensei na tristesa da moça doente, sozinha naquela cinzenta casinha de meu bairro. Minha amada, minha mulher!


Memória

Day. Dayane. | Marcadores: | Posted On 10.03.2009 at 18:53



Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Por Drummond

Day. Dayane. | | Posted On 10.01.2009 at 16:13


"Enfim, criei-me a minha própria imagem.
Então poderei olhar nos olhos alheios sem o contrangimento do meu grande equívoco,
e sem a mutua vergonha de ter, um dia, amado mais você do que o profundo amor enraizado enfim,
por mim mesma."